Diga que valeu, o nosso amor, valeu demais.
O grupo (facebook: Restaurante de Belo Horizonte) sempre é uma fonte de inspiração e eu tô aqui pra agradecer. Esse é o mood de hoje, porque fui, graças a algumas postagens incitadoras (salve, salve Charutão), feliz bagarái no Est! Est!! Est!!! em prosaico jantarzim na ultima sexta.
Tinha ido à casa nos primórdios da sua inauguração e confesso que não deu match. Sei que de lá pra cá eu mudei, acredito que a casa também. E nesse reencontro rolou. E como rolou!
Fomos recebidos por uma turma na estica, com fones de ouvido CIA style e acomodados numa charmosa mesinha logo na entrada, ambiente de pé direito infinito, para a nossa alegria. Carta de vinhos italianos, o que não é forte do meu personal sommelier. Temos um trato no qual marido escolhe o vinho e eu a entrada, já quase funcionou alguma vez. O funcionário da casa desembolou a escolha com tanta rapidez que pensei em perguntar se ele fazia aconselhamento de casal.
De entradinha um carpaccio enroladinho em rúcula, lascas de Parmigiano Reggiano* e balsâmico. Pãezinhos croc-crok e pastinhas individuais, um elemento apaziguador a mais.
Fomos atendidos por uma senhorina (devolvendo o tratamento com que ela se dirigia a mim) que devia ser a mãe de Jó. Explicando tudo como uma didática de fazer inveja à professora Helena. Maridon foi de Bistecca alla Fiorentina R$92 e nenhum acompanhamento (coisa de autoafirmação de macho, penso eu). Jezinha aqui foi de Spaghetti alla Carbonara R$ 46.
Foi uma decisão difícil, ficava pensando obsessivamente em todas as escolhas que tive de abrir mão e rolou uma angústia real. Mas quando a senhorina disse que a pasta era feita com o Guanciale de produção própria, não tive olhos para os demais (mentira, frase de efeito).
Sr. Flintstone comeu como se fosse o rei dos animais. Aquela cena do homem atracado à sua caça, saca a testosterona envolvida? O meu carbonara era muito mais que a sinhorina havia prometido e olha que certa vez em viagem à bota, almocei esse pitéu cerca de 12 vezes em 15 dias. Posso dizer, portanto que tenho uma boa milhagem acumulada.
Além de toda essa felicidade empratada, a água era cortesia. Acho chique restaurante assim, não tem coisa que me irrita mais que garçom de restaurante “bacana” ficar enchendo o seu copo como se fosse refil grátis ao invés de bons dinheiros por ml. Marido que é chegado na bolinha (nem ousem fazer trocadilhos aqui!) pediu uma água com gás importada da terra nostra. Disse que estava deliciosa, eu não entendo dessa alegoria pois meu nível de sensibilidade gustativa não permite achar sabor em água, achei o preço justíssimo; R$10 a garrafona.
Na saída ainda teve o cafezin deles, um cálice de limoncello como uma espécie de agradecimento à visita. O povo é bunito, tem ternos e sapatos que deixariam até o Jamanta não morreu! atraente, fala com as mãos, tem uma alma “acafajestada” que é só sedução, abraço forte e sorriso largo e ainda te tratam com tanto carinho assim? Ai! Ai!! Ai!!! (leia suspirando, um pra cada Est!).
*Vi outro dia no Netflix documentário bacanéssimo: E Il Cibo e Va- uma jornada culinária (kata a dica da tia Hanna) que trata da migração da cozinha italiana na Argentina e EUA. O documentário dizia que “queijo parmesão” é invencionice americana, não existe de fato essa qualidade. Procede isso, bambinos?
