Ontem fui almoçar no Restaurante Riviera e acho que deveria existir uma nova categoria para classificar este restaurante. Não é justo nomeá-lo de “self service”, “restaurante a quilo”, “restaurante de buffet” e outros derivativos do gênero.
Recentemente rolou por aqui uma discussão sobre o preço da comida, algo em torno de R$80. Fiquei lendo os comentários e observando, então concluí que o problema tá aí, na categoria. Quem ficou chocado com o valor elevado não captou o conceito do lugar e foi traído pelo significante deveras brochante “a quilo”. Aquilo ali não é qualquer comida não amigo, aquilo ali é bateria da Mangueira, merece respeito.
Para não ser prolixa (vejo sorrisinhos zombeteiros) cito apenas um exemplar do almoço de ontem: pato ao molho de cereja, tá bom pra ti cherry?!
Enquanto saboreava um bom naco do rei de todos os pudins de leite condensado do planeta, escuto a conversa da mesa ao lado (uma das coisas mais saborosas quando se está num restaurante).
Um senhor bem trajado “guarda” a mesa para que seus colegas se sirvam e possam todos sentar em uma mesa reservada (aliás, a casa faz reservas?
?) para a sua turma numerosa. Chega o primeiro conviva e os olhos do homem correm pelo prato do colega. Chega o segundo e ele não aguenta:
– O que é isso? Apontando para o arroz.
– Arroz. Responde o colega, sem demonstrar muita confiança.
– Mas preto?
Diante da falta de resposta o homem atormentando decide pedir ajuda especializada e interroga uma garçonete que passa por ali:
– Escuta aqui menina, esse arroz é assim preto mesmo?
E ela, sem titubear:
– É. Esquisito, né? Não sei o que é que êz coloca pra ficar pritim assim…
Retomando o objetivo proposto, já tendo colocado meus argumentos, peço sugestões aos iniciados como eu: a qual categoria pertence esse estabelecimento de tanta catigoria, que além de todas as outras iguarias ainda nos presenteia com um arroz assim; pritim, pritim?
?
