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Hanna Litwinski
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Hanna Litwinski

Carta para Augusto

Posted on maio 16, 2019maio 11, 2020

Augusto,

Já que seus pais fizeram a loucura de nos escolher como seus padrinhos, deixe a gente se apresentar pra você e dizer o que pode esperar de nós.

Prepare-se para ter muitos apelidos na vida, mas nunca vou te chamar de “Augustinho”. Seu pai anda te chamando de “Tico” eu curti bastante, mas esse é o só o começo de uma saga.

Saiba que a gente sempre vai se comunicar com ironias. Se sentir dificuldade, peça ajuda para a sua mãe; ela é absolutamente excelente nisso. Nunca se deixe enganar pela voz macia dela e aquele olhar que tudo consegue; sua mãe cultiva os melhores deboches e fantásticas hashtags também. Aos poucos você vai pegando o jogo, e desejo enormemente que puxe o talento dela.

Quando tiver preocupado em parecer bonitão para impressionar alguma garota peça conselhos ao seu pai. Nunca, em hipótese alguma, recorra ao seu padrinho. Isso é bem importante, não confunda.

Agora se der vontade de construir um foguete, aí o dindo te ajuda em dois palitos. E um pedaço de fita isolante. Ele é uma espécie de Inspetor Bugiganga, dá um google aí pra saber do que eu tô falando. Aliás, em breve você conhecerá o Google, uma caixinha branca quase tão falante como você e que a dinda Marcela, que eu também deixarei você chamar de Estrelinha; ficou muito feliz que agora aprendeu a falar português e desse modo ela poderá participar dos nossos jogos sem sofrer muito bullying.

Eu espero te apresentar muitos livros e queria que gostasse deles tanto quanto eu. Se você gostar de escrever então a gente forma uma dupla sertaneja bem afinadinha. Espero que o seu gosto musical seja melhor do que do seu padrinho, mas deixo você aprender todas as letras da Shakira porque é divertido, mesmo que eu revire os olhos toda vez que seu dindo as coloca. Sim, confesso que é só pra fazer charme. Agora o “Despacito”(que a Dinda Marcela achava que se chamava 10 passitos) eu gostaria muito que pegasse o barco no muelle de San Blás e zarpasse de vez das nossas vidas.

Queria te avisar que pareço brava e sou. Que não curto mentira e nem quem se acha melhor que os outros. Mas esse risco você não corre porque tem nas veias o sangue do “Seu” Sebastião, o avô que eu queria que toda criança tivesse. Que me faz lembrar do  meu pai de um jeito diferente porque meu pai era bem avacalhado, sabe? Mas vejo nos dois uma humildade na alma que é a coisa mais legal que a gente pode querer ter.

A gente gosta de festa, de rir e debochar dos amigos e de nós mesmos. A vida levada muito a sério fica meio boba. Vamos te levar a todos os restaurantes e botecos também. Te ensinar a gostar de comer e saber se a comida tá bem feitinha. Isso às vezes pode não ser muito amigável, mas quem não se garante é que se incomoda. Se por ventura num dia ruim você não sentir confiança no seu taco, não pense duas vezes e ligue para a dinda Estrelinha. Ela é uma espécie de UTI de almas e opera milagres na vida das pessoas todos os dias. Mas não ligue pelo WhatsApp como ela faz, isso irrita as pessoas.

E por último gostaria de te dizer que não sei se você deu sorte nessa escolha, mas eu agradeço por ela todas os dias. Sei que você vai ser um cara bem legal e quando não estiver sendo, porque faz parte da vida pisar na bola algumas vezes, eu vou estar ao seu lado e te dizer isso. Queria te pedir que fizesse o mesmo por mim. Você é cercado de pessoas meio malucas, mas que são amigas da verdade. Porque brincar de faz de conta é muito bom, viver não. Seja muito bem vindo à nossa trupe, Tutu. Ops… começou!

Nova Lima, 14 de abril de 2019.

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