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Hanna Litwinski
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Hanna Litwinski

Tôco Maravilha

Posted on maio 11, 2022maio 11, 2022

No último dia das mães eu ganhei o presente. A Kiki quem me deu. O que ela tem de doida tem de generosa. Já pensou que a sua nora é uma espécie de “Bem” repaginada, pai? Ela adora umas pratinhas e vestidos bonitos também. Reunimos todos no sítio do Jonas, que se chama Quinta dos Menezes. Pellegrini tem pedigree, bixo. Montamos um altarzinho sobre a mesa: florzinhas colhidas no quintal e sua foto, com cara de Tarcísio Meira da Sapucaia, num porta-retratos ao fundo. Um cenário Instagramável, porque na falta de amor sincero a gente vai colhendo uns likes.

Repousados num berço dourado e ornados por outros badulaques, eles estavam lá, soberanos e inexoráveis, os bolinho de bacalhau da Jandira. Ela não perdeu a mão, continua um desaforo de gostoso e foi difícil segurar a turma que ameaçava avançar antes do registro. Você teria ódio da Paula, aquela menina-orquídea fazia manobras de mágico e encaixava três quitutes entre os dedos, numa investida só. Tem paladar pra isso? – você espumaria. Deixei lá uma oferenda pra aplacar o seu azedume diante da cena esgabilada, um Malboro alvo na soleira do retrato.

Todos murmurando de boca cheia e eis que chega a Neo-Bem com o tal regalo. Sua placa, Tôco Maravilha! A placa que habitou a entrada do Paiol/Medina por tantos saudosos anos. Sabia que tinha ficado sob a guarda do Zé Fabiano, que elegante que sempre foi, a cedeu ao Jonas (não sei dizer se por vontade própria ou ameaça) e a partir de agora domicilia-se no ninho dos Vinki-Vinki. Em breve a plaqueta conhecerá a minha/dela nova morada, uma casinha com feição de caixinha de bailarinas tocando Für Elise.

Colocarei a placa na entrada, doida pra causar equívocos. Um transeunte ofegante tocará a sineta em busca de um “adevogado” que possa oferecer um paliativo para a encrenca que lhe bafora à nuca, ou quem sabe em busca de uma obturação. Ops, obturação é coisa das minina da Milza: mamãe/Driana. Dr. Amilar da Cunha Menezes é pros homi, pô! Pós-graduado em curso de zona e intempéries, um Sancho Pança falastrão que vai de Aristóteles à Narcisa Tamborindeguy numa cumbuca só. E ainda faz uma jacuba nesse meio tempo.

Falarei com o sujeito besta que o Dr. Amilar não é pro seu bico e que eu não vou abrir a porta é nuuuunca! Assim, será reeditada a maldição de Ten-Tén e Vaíza e seremos muito felizes no nosso novo escritório do crime.

4 thoughts on “Tôco Maravilha”

  1. Liliana disse:
    maio 11, 2022 às 2:21 pm

    Que lindeza! Delícia de ler. Timilar deve estar tilintando de orgulho. Vc faz das palavras a magia do encanto e do envolvimento com os fatos. Parabéns por tornar a narrativa de forma tão aprazível ?

    Responder
    1. Anônimo disse:
      maio 13, 2022 às 4:28 pm

      Te amo! ❤️

      Responder
  2. Claudia Coelho disse:
    maio 12, 2022 às 10:05 pm

    Aninha, você é uma maga das belas palavras, que descrevem tão perfeitamente o Timilar amado por todos. Papai guardou a placa por um tempo e conhecendo sei que era uma forma de ter o amigo por perto. E agradeço pelo carinho com ele, mas a placa hoje está onde sempre deveria estar.

    Responder
    1. Anônimo disse:
      maio 13, 2022 às 4:29 pm

      Claudinha querida, obrigada por tanto carinho conosco. Sua família é muito importante nas nossas vidas. Beijos em todos! ❤️

      Responder

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